Apesar de a região estar ameaçada pelo aquecimento global, o desprendimento não está relacionada à mudança climática, afirma o British Antarctic Survey (BAS), um órgão que estuda as regiões polares.
O bloco de gelo, de 1.550 km² (a cidade de SP tem cerca de 1.520 km²), se desprendeu da camada flutuante entre 16h e 17h de domingo, no horário de Brasília, depois que a maré forte na região aumentou a fenda que já existia na plataforma de gelo, informou o BAS.
Há dois anos, outro iceberg de tamanho similar já havia se desprendido nessa mesma região, batizada de plataforma de gelo Brunt, onde está localizada a base científica britânica Halley VI.
As grandes fissuras nas plataformas de gelo vêm aumentando na última década, segundo os glaciologistas.
Uma visão aérea do iceberg do tamanho da cidade de SP que desprendeu na Antártica. — Foto: European Union/Copernicus Sentinel-2 Imagery/Processed by DG DEFIS/Handout via REUTERS
Em 2016, o BAS decidiu mover a base Halley VI para outro lugar, a cerca de 20 quilômetros de distância, por temer que a estação ficasse à deriva sobre um iceberg.
“Este desprendimento era esperado e é parte do comportamento natural da plataforma de gelo Brunt. Não está vinculado à mudança climática”, explicou o glaciologista Dominic Hodgson, citado em uma nota.
Aquecimento
O continente, no entanto, sofre as consequências do aquecimento global. No ano passado, foram registradas temperaturas recorde na região.
Em fevereiro de 2022, a extensão de gelo nessa parte alcançou o mínimo já registrado em 44 anos de observações de satélite, indicou recentemente o relatório anual do programa europeu sobre mudança climática Copernicus.
Em 2021, o derretimento de um iceberg, 4.000 km ao norte do lugar de onde se desprendeu, em 2017, liberou mais de 150 bilhões de toneladas de água doce misturada com nutrientes, o que preocupou os cientistas por seu impacto em um ecossistema frágil.
Fonte: G1