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Na eleição para a presidência e mesa diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), um episódio raro e atípico marcou os bastidores da Casa. Os dois candidatos à presidência, a atual presidente Iracema Vale (PSB) e o ex-presidente Othelino Neto (Solidariedade), terminaram a disputa com 21 votos cada, em um placar completamente equilibrado, em um universo de 42 deputados estaduais. Esse resultado gerou um impasse e levantou questões sobre os processos internos da eleição, bem como sobre a transparência e a condução dos procedimentos eleitorais.
A eleição aconteceu em meio a uma atmosfera tensa, com os deputados divididos entre os dois nomes, que representam, de certa forma, polos opostos dentro da política estadual. Iracema Vale, que assumiu a presidência da ALEMA em 2023, buscava a reeleição, enquanto Othelino Neto, ex-presidente da Casa e deputado de oposição, tentava retornar ao cargo. Othelino é também esposo da senadora Ana Paula Lobato e figura proeminente no cenário político do Maranhão, frequentemente em confronto com a atual gestão estadual.
O empate de 21 votos para cada candidato gerou uma série de especulações e desconfortos entre os parlamentares, já que a eleição da mesa diretora da ALEMA é geralmente um processo mais claro e definido, especialmente com o número ímpar de votos possível entre os 42 deputados. Com a divisão exata dos votos, a Assembleia se viu em uma situação delicada, o que levou o deputado Othelino Neto a questionar a condução da eleição.
Após a eleição, Othelino Neto fez duras críticas à forma como o pleito foi conduzido. O deputado de oposição denunciou que foi impedido de participar da reunião interna que tratava dos trâmites da eleição, a qual estava sendo organizada por Iracema Vale. Segundo Othelino, ele foi barrado pela presidente da ALEMA no momento em que tentava se inteirar dos detalhes do processo eleitoral, o que, para ele, caracteriza uma grave irregularidade.
Em suas declarações, Othelino afirmou que sua exclusão da reunião que discutia a eleição, aliada ao empate técnico de 21 votos, levava a crer que havia falta de transparência no processo. Em resposta, o ex-presidente prometeu recorrer à Justiça para garantir que, em futuras eleições, o processo de escolha da mesa diretora da ALEMA seja conduzido de forma clara, transparente e isenta de manipulações. Ele destacou ainda que a transparência é fundamental para que a sociedade maranhense tenha confiança nas instituições e nos processos democráticos da Assembleia.